Café e Obesidade
A obesidade é um problema comum em todo o mundo moderno e é a causa de 300 mil mortes por ano nos Estados Unidos e o custo anual do tratamento vinculado a problemas de peso chega a US$ 117 bilhões. O excesso de peso está no centro das preocupações dos americanos. Estima-se que cerca de 1/3 dos adolescentes americanos apresentem obesidade e que os Estados Unidos se tornarão, a partir de 2010, um país onde mais da metade da população adulta será obesa e viverá menos. A obesidade já é considerada uma epidemia nos EUA. No ritmo atual, 70 milhões de americanos serão obesos em sete anos, ou seja, 40% da população e a marca dos 50% poderá ser superada em uma década segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC, USA). Atualmente, 31% dos americanos são obesos, com um peso que supera em pelo menos 15 quilos a massa corporal considerada ideal. E nesta epidemia existe um aspecto dramático que é a obesidade mórbida (homem adulto, cujo excesso de peso é de pelo menos 40 quilos). Esta aumentou duas vezes mais rápido que a proporção de americanos simplesmente obesos, passando de um em 200, em 1986, para um em 50, em 2000. Mais rápido ainda é o aumento da obesidade extrema ou super-obesidade, que se refere às pessoas cujo excesso de peso se aproxima ou supera os 70 quilos. O grupo de americanos afetado pela super-obesidade passou de um em 2000, em 1986, para um em 400 no ano 2000. Neste grupo, um homem médio com 1,77 metro pesa 169 kg. Acompanhando a obesidade esta a diabetes, com uma previsão de que um em cada três americanos nascidos em 2000 são afetados pela doença na idade adulta (33% dos homens e 38% das mulheres). A conseqüência desta tendência é que a nova geração de americanos viverá, pela primeira vez na história moderna, menos que seus pais. A obesidade raramente tem um fator endócrino responsável e o aumento da obesidade está associado a fatores genéticos vinculados a uma mudança no estilo de vida, incluindo o êxodo rural, a modernização, a urbanização, a industrialização, o sedentarismo e alimentação inadequada. Nas crianças e jovens americanos a obesidade tem sido vinculada a um consumo excessivo de alimentos altamente calóricos (gorduras), bebidas artificiais açucaradas (tipo Cola) e alimentos industrializados junto com um gasto cada vez menor de energia. A obesidade é o maior fator de risco para o diabetes tipo 2 (DM2). Entre os fatores mais importantes que determinam a quantidade e distribuição do tecido adiposo, estão a qualidade e quantidade dos alimentos ingeridos, os sistemas endócrino e nervoso autônomo, os fatores hereditários e ambientais, entre outros. Pesquisas genéticas e nutricionais indicam que a "resistência à insulina" com hiperinsulinemia conseqüente é a principal causa de uma disfunção da célula beta e da exaustão pancreática. O modelo dessa síndrome, que ocorre juntamente com a obesidade, foi denominado de Diabesidade. Muitas das populações aborígines da América mudaram seus hábitos alimentares e de atividades físicas diárias, principalmente aquelas dos países mais industrializados. Sob estas novas circunstâncias, desenvolveram uma alta incidência de obesidade, resistência à insulina e diabetes melito tipo2 (DM2). A obesidade da DM2 tem sido vinculada a uma região do cromossomo 1p que contém o receptor da leptina. A massa de gordura corporal parece ser, pelo menos parcialmente, devido variações genéticas nos elementos reguladores dos genes locais. A leptina é um hormônio secretado pelo tecido adiposo subcutâneo em resposta ao armazenamento de gordura ou hiperalimentação. A leptina se liga a receptores hipotalâmicos e modula a secreção de neuropeptídeos que causam uma sensação de saciedade e aumentam o metabolismo corporal. A leptina também é necessária para a secreção de gonadotrofinas. Em pacientes obesos os níveis de leptina são mais altos caracterizando uma relativa insensibilidade a leptina. Uma deficiência congênita da leptina é responsável pela obesidade mórbida precoce, onde o paciente tende a apresentar também hipogonadismo hipogonadotrófico, os quais podem ser beneficiados com um tratamento com leptina, que se encontra em fase de pesquisas clínicas para controle da obesidade. O consumo de café por atletas treinados aumenta a queima de calorias, atuando como um agente preventivo contra a obesidade. Em jovens e adultos que não são atletas , o consumo de café causa menos obesidade em comparação com o consumo de refrigerantes.