A depressão mental é uma resposta completamente normal do cérebro humano a situação e adaptação social do indivíduo. Apenas a resposta depressiva tende a integrar o indivíduo numa sociedade, a valorizá-la e nela adaptar-se. O sintoma depressivo é uma forma de reação altamente evoluída do cérebro humano na escala animal e serve para proteger o excesso de individualismo do homem, que pode prejudicar sua integração na sociedade. Também serve para evitar que o indivíduo quebre normas estabelecidas. Todo ser humano apresenta periodicamente depressão mental, dentro de uma resposta normal do cérebro. Apenas quando ela aparece sem uma causa desencadeante ou permanece por tempo e intensidade demasiados, o indivíduo pode necessitar de ajuda. Tristeza, angústia, medo, saudade e sofrimento são formas atenuadas de depressão e demonstram a reação do indivíduo na sua adaptação familiar e social, representando reações sadias do convívio humano. Cerca de 20 % da população adulta apresentam durante sua vida episódios depressivos com manifestações clinicas significativas que precisam ser controlados com um tratamento especializado com medicamentos. A depressão, como a ansiedade, pode ser a manifestação final de fatores genéticos (disfunção na neurotransmissão central), problemas de desenvolvimento (distúrbios da personalidade), traumas de infância ou de problemas psicossociais (divórcio, desemprego).
A depressão pode ser um fenômeno reacional, normal, podendo também ser parte de uma doença depressiva que requer tratamento médico especifico e eficaz. Em situações de grande tristeza as mulheres ativam uma área do cérebro oito vezes maior que o homem. Esta hiperatividade é seguida por um período de depressão, razão pela qual as mulheres são mais suscetíveis a sofrerem de depressão. Caso a depressão se torne exagerada e anormal, a auto-estima começa a diminuir até atingir um nível zero, onde o risco de suicídio é grande, pela perda total do amor-próprio. Muitas vezes as manifestações de depressão podem ser do tipo irritabilidade ou através do consumo excessivo de álcool ou outras drogas. Nos Estados Unidos a depressão atinge 20 milhões de pessoas, com prejuízos anuais de 43,7 BILHÕES DE DÓLARES, contabilizando falta ao trabalho, queda de produtividade, gastos com salários, tratamento médico e despesas com casos de suicídio. Estima-se que 10 milhões de brasileiros são atormentados pela doença. O consumo diário de 4 xícaras de café pode ajudar a prevenir a depressão e o suicídio, segundo estudos efetuados em mais de 200.000 pessoas por um período de dez anos por dois grandes centros de pesquisa nos Estados Unidos (Califórnia e Boston), dados estes obtidos pela equipe do autor a partir dos anos 80 entre jovens escolares brasileiros. O fato do café puro ou com leite na dose de 3 a 4 xícaras diárias ser um agente PREVENTIVO da depressão bem como a possibilidade de um fitoterápico de café ser um agente CURATIVO para a depressão coloca o consumo de café e seus subprodutos como prioridade para a ciência médica que visa combater o mal do século, a depressão. Programas visando um aumento do consumo de café não apenas em escolas mas em todos os locais de trabalho desde empresas a repartições públicas e comerciais em geral poderiam ser implementadas como uma indicação médica para profilaxia do "mal do século".
Uma entre cada quatro pessoas adultas apresenta diversos episódios depressivos durante a vida. A pessoa sofre de um humor deprimido, perda de interesse e prazer e energia reduzida levando a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída.Muitas vezes as manifestações de depressão podem ser do tipo irritabilidade, consumo excessivo de álcool ou outras formas conforme o Quadro 6 abaixo.
Quadro 6 - Você esta com depressão?
Você está com Depressão? | |
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Manifestações Típicas | Manifestações Atípicas |
Humor deprimido | Ansiedade |
Perda de interesse (trabalhos, amigos) | Frustação |
Perda de energia | Angústia |
Perda de prazer | Irritabilidade |
Atenção e concentração | Abuso de álcool |
Auto-estima e confiança reduzida | Comportamento histriônico |
Idéia de culpa e inutilidade | |
Visões desoladas e pessimistas do futuro | |
Sono alterado (acordar cedo) | |
Apetite diminuído | |
Perda de libido | |
Idéias de suicídio |
A doença depressiva, também chamada de transtorno depressivo recorrente ou depressão maior se caracteriza por uma melancolia importante com perda do interesse pela vida, inexistência de prazer em qualquer tipo de atividade e uma grande sensação de invalidez e inutilidade, que progride para alterações das funções vegetativas, com distúrbios do sono, do apetite, da atividade sexual e psicomotora. Retardo motor, sonolência permanente e idéias suicidas refletem casos graves, embora alguns pacientes possam apresentar ansiedade e agitação. O relato de episódios anteriores de depressão reforça o diagnostico. A depressão maior é duas vezes mais comum em mulheres, na faixa dos 35 aos 45 anos, com prevalência de até 3 % em homens e 9 % em mulheres, sendo a duração de um episodio sem tratamento geralmente de um ano. O alcoolismo é uma complicação freqüente, particularmente quando esta possui uma evolução recidivante. A causa ou anormalidade neuronal na depressão ainda permanece desconhecida, havendo a possibilidade da existência de distúrbios hormonais e de neurotransmissores no cérebro . Este pode ser expresso pela menor formação e liberação de neurotransmissores excitatórios no sistema nervos central ou uma resposta celular alterada, estabelecendo-se um desequilíbrio entre funções reguladas pela serotonina, funções adrenérgicas reguladas por aminas, funções colinérgicas e peptídeos endógenos. Medicamentos antidepressivos parecem atuar na regulação da resposta do receptores a aminas endógenas, sem interferir diretamente com os neurotransmissores. O estudo do sono de pacientes com depressão revela um encurtamento da latência do sono REM (sono dessincronizado), havendo também relação das doenças depressivas com a diminuição da luz ambiente nos climas frios, evidenciando uma complexa interação entre o homem e a natureza pouco estudada pela ciência médica.
A distimia é um distúrbio depressivo caracterizado por um estado de ânimo constantemente pessimista e sombrio. A pessoa considera o sentimento de infelicidade uma parte integrante de sua personalidade. Remédios antidepressivos podem fazer desaparecer completamente estes problemas. A distimia (neurose depressiva) se caracteriza por um humor deprimido de longa duração e de menor gravidade comparada com a depressão maior, sendo que muitos pacientes possuem fatores situacionais desencadeantes do problema, sendo comum o abuso de medicamentos e drogas, em indivíduos com uma personalidade dependente e com traços obsessivos. O quadro de distimia é diagnosticado em todo o paciente que apresentar no mínimo dois anos ( um ano nas crianças e adolescentes ) uma depressão do humor na maior parte do dia ( indivíduo comumente triste ou deprimido ), juntamente com no mínimo dois dos seguintes achados : 1) pouco apetite ou bulimia, 2) insônia ou hipersonia, 3) fadiga ou falta de energia, 4) auto-estima baixa, 5) dificuldade de concentração e de tomar decisões 6) pessimismo. O paciente nunca fica mais de dois meses sem os sintomas e não há evidências claras de um episódio importante de depressão durante os primeiros anos do distúrbio, não havendo relato de episódios de mania nem é possível identificar sintomas psicóticos ou sintomas residuais da esquizofrenia. A incidência de distimia e de depressão é menor entre adultos e crianças que tomam 4 xícaras de café por dia em comparação aos que não tomam ou tomam menos que isso.
Pouco é conhecido sobre o papel dos peptídeos endógenos e o estado de humor. Mas sabe-se muito bem os efeitos que medicamentos que bloqueiam os receptores dos peptídeos fazem no organismo. A morfina causa uma potente sensação de contentamento, bem estar e euforia. Num paciente com dor intensa, a morfina reduz a sensação de dor (nocicepção) ao mesmo tempo que reduz fortemente o desconforto (componente afetivo), atuando em outros locais do cérebro, como o sistema límbico, importante no estado de humor de cada um. Isto evidencia que peptídeos endógenos são importantes no estado de humor e que o bloqueio de receptores opióides de forma prolongada pode ser benéfico, desde que não ocorram efeitos colaterais importantes. Isto pode ser obtido com o consumo diário e moderado de café.